Talvez o amor não seja para todos

A sensação de não ser boa o suficiente para ser verdadeiramente amada.

Apesar de ser uma eterna romântica, não procuro ativamente por alguém. Minha experiência com aplicativos de relacionamento foi breve, sou introvertida, prefiro ficar em casa e contei nos dedos das mãos as pessoas com quem me envolvi. Me descobri recentemente o que os jovens chamam de "demissexual" (embora deteste essas classificações) e já passei seis anos celibatária.

Mas isso não muda o fato de eu me identificar totalmente com a frase de Carrie Bradshaw: "Estou em busca do amor. Do amor real. Ridículo, inconveniente, envolvente, aquele que não podemos viver sem o outro." Porém, o que mais encontrei nessa jornada foi um sentimento enorme de rejeição.

Todas as pessoas que amei, me entreguei e mostrei quem realmente sou, deixaram claro de alguma forma, em algum momento, que eu não era o que eles buscavam.

Sei que pode ser estranho dizer isso já que tive namoros longos e vivi amores e paixões, mas, a gente sente, o que a gente sente, né?

Afinal, foram ex namorados que me disseram "Você é a garota mais incrível que eu já conheci.” (e bem, não foi comigo que ele casou.) “Eu ficaria com você independente de qualquer coisa e nenhuma distancia vai impedir.” (Mas, na vida real, não foi nem em outra cidade me visitar quando eu estava na cama de hospital somente dois meses depois que terminamos.)

“A sua presença me dá muita força… Quero você sempre comigo.” (A escolha de me tirar da vida dele, foi dele mesmo.)

Sinto que ninguém realmente quis lutar por mim. Parece que nunca fui considerada imperdível, sempre me senti facilmente descartável, substituível. Como se nenhum deles, tivesse medo de me perder, fácil encontrar algo melhor.

No final, estamos falando de valor, certo? A gente não deixa ir embora, não abre mão de nada que a gente valoriza e é assim que me sinto agora, completamente sem valor.

Eu acho que eu mereço alguém que se sinta sortudo por me ter do lado, de verdade. Mas tudo que sempre sinto é uma sensação horrível de que minha essência, minha versão mais verdadeira e autêntica, nunca é boa o suficiente, aliás, tão insuficiente, ao ponto de ser até, desinteressante, superficial, infantil.

Como diria Alanis... “Oh these little rejections how they add up quickly…”

Eu estou exausta de me abrir emocionalmente, fisicamente, energeticamente para alguém e perceber que foi em vão, estou exausta. Só queria a sorte de um amor tranquilo, de uma rotina leve, com cheirinho de café da manhã.

Já escrevi no texto: "Em busca de um amor maduro" que não tenho medo de ficar sozinha, mas, ainda acreditava ser possível encontrar um homem bom, desperto, seguro, consciente, que me respeite, ame, que confie no meu amor por ele, que perceba tudo que eu sou e tenho pra oferecer, que esteja aberto a ajustes, conversas… Que entenda que ninguém é perfeito mas com afeto e vontade de fazer dar certo, tudo é possível.

Mas, acho que perdi a fé. É triste sim, não vou negar. Mas a verdade do mundo real é que nem tudo termina em “felizes para sempre.”

Talvez o amor não seja para todos.

E quem sabe, talvez, eu seja uma dessas pessoas.