Em busca de um amor maduro.
Batendo na portinha dos quarenta já não espero por nenhum príncipe, até porque, sei que ficaria na torre dormindo por cem anos tal como bela adormecida se o fizesse.
Aos vinte anos, eu sonhava com o amor de conto de fadas, feitos um para o outro, aquela coisa que só bastava o amor.
Aí a realidade te apresenta traições, rotina, contas, desgastes, algumas gotinhas de desrespeito e potencializadores de baixa autoestima…
Ah…Então era isso que os contos de fadas queriam dizer com a história do "príncipe que vira sapo."
Com trinta anos pensei que amor não era assim, tão importante… Afinal, o amor sempre levava ao coração partido, né? E se eu tinha me decidido ainda na casa dos 20 em não chorar mais por homem com muito cabelo na cabeça, não iria começar a chorar por aqueles perdendo os fios aos trinta.
Então o importante era encontrar uma pessoa que me ajudasse, que gostasse de mim, que me levasse para sair, que me desse presentes, que cuidasse de mim.
Mas aí tem uma hora que o negócio fica confuso e você grita um "Freud, corre aqui!" porque sei lá, estava eu, buscando um pai? Sorry, my bad.
Nesse caso aqui eu poderia acabar com alguém que acreditava ser meu dono e que provavelmente no futuro, me trocaria por alguém no mínimo dez anos mais jovem e que com o tempo, faria eu me sentir vazia e sozinha.
Putz, ruim, mas pode piorar. "Muito cuidado com o que você deseja."
É que na grande maioria das vezes nessa busca paternal ou embaladas pelo desejo de nutrir do nosso feminino, o que arrumamos é um filho e caímos ali, sem nem perceber.
“Seu filho” vai te ajudar com as tarefas de casa (e vai querer estrelinha no quadro e sorvete de sobremesa toda vez que fizer algo certo.) “Seu filhinho” não só gosta de você, ele depende de você.
E ele até te leva pra sair e te dá presentes, mas, a gente sabe que cansa ir tanto na pracinha e ganhar quadros feitos de palito de picolé, né?
Pior de tudo: Você pode acabar como a madrasta, e quando você for má com ele, pode deixar que a mãe do garoto, aquela que criou, vai cuidar e dá beijinho no joelho ralado. (Mesmo sabendo que ele mesmo pegou o ralador e esfregou na pele.)
Me vejo com quase quarenta, solteira, olho pro lado e fico feliz que não casei com aqueles homens que viram vídeos do TikTok, sabe? "Viajei e meu marido ficou sozinho em casa, olha o resultado!", "Lavei e dobrei a roupa pra ele guardar e ele dormiu em cima."
E que também não aceitei homem migalha pra seguir o manual da vida perfeita, aplicando a fórmula “não tem tu, vai tu mesmo” porque o foco está no relógio biológico, tictac e no medo de envelhecer sozinha.
Mas não tá fácil. O que estamos encontrando por aí?
Homens emocionalmente indisponíveis mas, que querem usar toda a nossa energia até ficarmos secas, apagadas.
Homens que despejam suas frustrações em cima de nós em busca de acolhimento, carinho e força, mas não sabem retribuir.
Homens que falam baixinho, com tanta calma…. Então só podemos estar erradas, loucas.
Homens que te trocariam fácil por uma boneca com inteligência artificial programada por ele.
Homens que são dependentes e inseguros, o que nos deixam constantemente na energia masculina, afinal, segurança é algo essencial para nós e se não confiarmos que vocês podem nos dar isso, como baixar a guarda e deixar nosso feminino aflorar na relação?
Homens que trabalham no ZERO esforço. Assim… zero.
Gastam uma grana para montar o computador gamer perfeito com a cadeira gamer perfeita, mas dormem um um colchão velho e levam a mulher que dizem que amam pra dormir lá.
E o que está chovendo por aí, se espalhados como um vírus: Os bundas moles.
Gostaria de encontrar outro termo para o que quero dizer mas, não acho nada que defina melhor do bunda mole, desculpa. São aqueles que mandam foguinho no instagram, só sabem falar uma frase terminando com um emoji ou um hahaha o que praticamente denuncia como não conseguem bancar o que querem, o que estão falando.
Nunca reservaram um lugar legal para vocês tomarem um vinho, mas acha que você vai enlouquecer com uma nude no whatsapp.
Ainda bem que não tenho medo nenhum de ficar sozinha e que batendo na portinha dos quarenta anos, já não espero por nenhum príncipe, até porque, sei que ficaria na torre dormindo por cem anos tal como bela adormecida se o fizesse.
Busco um homem desperto, consciente, que tenha cortado o cordão umbilical e entenda a belíssima dança do equilíbrio entre o feminino e o masculino.
Assim, me sentirei confortável para ser a mulher que pode, enfim, desabrochar.
Quero compartilhar com vocês em toda cartinha coisas que estou amando fazer, usar, ouvir, ler… ah, vocês entenderam.
Favoritos da última semana:
Cara, Nuta do céu. Que texto incrível. Me encontro no mesmo lugar! Já tô perto dos 40 e simplesmente não consigo sentir interesse por ninguém, pq só tem bunda mole! Torço pra cruzar o caminho de alguém interesse, mas é uma torcida bem low profile, afinal, sou realista e sei que dificilmente esse encontro acontecerá.
Amo minha companhia, valorizo cada segundo só é tenho total certeza de que o cara vai ter que ser MUITO FODA pra bater (ou até mesmo chegar perto) isso.
Oi Nuta, adoro seus textos, e sempre encontro neles uma fonte de inspiração. Muito obrigada por compartilhar.
Um beijo. <3